domingo, março 08, 2015

Ai Cereja: as cerejeiras de Timor

Ai cereja (Mutingia calabura) é uma árvore da flora timorense muito comum na costa norte da ilha de Timor assim como  nos jardins e quintais de Dili. Esta árvore nunca se faz muito grande, produzindo frutos semelhantes a cerejas. O sabor é contudo diferente, pois as cerejas da Mutingia são mais ácidas.Esta árvore tem a importante possibilidade de se desenvolver nos solos pobres das encostas, actuando como planta pioneira no controlo da erosão. Fornece abundantes frutos para as pessoas e para a avifauna e a sua cultura deve ser fomentada. A origem da Mutingia é a América Central, de onde se espalhou por todos os países tropicais (fotos do autor).







segunda-feira, agosto 25, 2014

Moto-cultivador num arrozal.

Os moto-cultivadores substituem cada vez mais os búfalos na preparação dos canteiros. A foto não é minha, Será do Prof. António Serra?

.Coqueiro anão em Timor-Leste.

Só vi coqueiros anões no Hotel Roberto Carlos em Lospalos

quarta-feira, abril 09, 2014

O sincomás (Pachyrhizus erosus): uma interessante raíz comestível de Timor-Leste.

O sincomás é uma raíz muito usada na alimentação dos timorenses. Esta planta é uma leguminosa trepadora que pode crescer até 5 m. A planta é perene rebentando todos os anos da raíz. Tem pilosidade e as flores são azuis.

Melhora os solos pelo azoto que fixa, até 200 kg/ha, pelo que se deve enterrar todos os restos da cultura.

As sementes são ricas em rotenona, um insecticida natural.

 Só a raíz é comestível, a parte aérea, caules e folhas, são venenosos. Aquela é muito saborosa, com sabor entre a batata e a pera. Come-se cru com sal ou sumo de limão, como em Portugal se come o rábano e os rabanetes. É um alimento pobre em calorias mas rico em fibras e substâncias anti-oxidantes. Possui o açúcar inulina como a batata doce. Pode produzir raízes com 23 kg!

O nome da planta em Timor deriva do filipino "sing kamas" o qual será uma deturpação de "jicama", como é chamado na sua terra natal, o México. Dai também se usar o sinónimo, "inhame mexicano". Os espanhóis levaram o sincomás para as Filipinas, pela rota do Pacífico, e daqui espalhou-se por todo o sudeste asiático.

Esta leguminosa gosta de solos ligeiros com muita matéria orgânica, por isso agradece umas pás com estrume de búfalo ou de galinha, bem curtido.É uma planta tropical e não se cultiva acima dos 1000 m nem em locais com geada. Nas zonas temperadas pode-se cultivar na Primavera, mas com baixas produções.

Talvez seja a única leguminosa de que o homem só aproveita a raíz.
Em Timor aparece por vezes à venda nos mercados de rua,.

Ita hakarak rai diak iha to'os? Então tenke kuda sincomás!

  

segunda-feira, novembro 04, 2013

Para Timor Leste o cultivo do arroz deve ser uma prioridade

Em Timor Leste o cultivo do arroz e a criação de novos arrozais deve ser uma prioridade absoluta. O território de Timor é muito acidentado e pouco propício à agricultura.Os terremos são de vocação florestal e a lavoura das terras para a instalação das culturas é frequentemente causa de um maior empobrecimento dos terrenos, pois é incrementada a erosão e a destruição da matéria orgânica. As zonas junto à costa são uma excepção pois são planas e enriquecidas pelos sedimentos trazidos das montanhas pelas águas e nelas podemos encontrar grandes arrozais como em Manatuto.. Como estas zonas costeiras são de reduzida dimensão, a orizicultura deve ser feita sempre que as condições topográficas o permitem por todo o interior montanhoso, no sentido de criar segurança alimentar para as populações. Os arrozais são agro-ecossistemas muito estáveis, resilientes e acumulam os nutrientes trazidos das encostas pelas águas de escorrência. A sua existência contraria a erosão dos terrenos e favorece o  meio ambiente como podemos facilmente ver nesta foto de um arrozal em Venilale (foto do Prof. António Serra). Outras zonas onde encontramos arrozais de montanha em socalcos é Baucau e Ossu.

domingo, janeiro 27, 2013

Halo banko proteína nian ba ita-nia balada. Crie um banco de proteínas para o seu gado.

Banco de proteínas à base de leucena na fazenda estatal Douglas Daily (Darwin, Austrália).
Foto do autor.

Atu bele fo-han ba Ita-nia balada durante tempu bailoron Ita bele halo banku proteina nian. Karau, karau-vaca, bibi, bibi-malae ka bibi-russa sei han barak ai-tahan matak atu complementa hahán kiak ho labarak energia, proteina ka vitamina no sais minerais hanessan du'ut maran, batar kain ka nele kain.
Halo banku proteína nian fasil barak! Ita precisa kuda ai-café hanessan plantasão nee iha foto (hau-nia foto iha Douglas Daly, Austrália, fulan Maio 2003). Afoin Ita tenke taka banku atu la husik balada tama durante tempu baiudan. Toós nain bele mos kuda iha banku ai-turis, lantoro, marungi, ai-sukair ka amoreira. Quandu rai kiak, ai-café diak liu. Foto ne'e durante tempu bailoron bainira balada han ona kurakuran hotu ai-tahan ai-café nian. Balada labele estraga ai. Ita tenke hare quandu laiha tahan atu balada sai banku!

sábado, dezembro 15, 2012

Conhece a Tara-Bandu? Ita hatene Tara-Bandu ?

Numa aldeia costeira de Timor-Leste um homem preside a um ritual e consulta os espíritos dos antepassados, sob a copa de uma árvore, enquanto o Secretário de Estado das Pescas, autoridades locais e pescadores observam. A cada participante foi entregue uma folha de palmeira areca para marcar a sua presença e para que se recorde do que ficou combinado na reunião: decisões colectivas no acesso a áreas de pesca, terra e recursos florestais.


Chamada Tara Bandu, esta cerimónia foi feita em Timor-Leste durante muitas gerações. É uma maneira tradicional de regular a interacção entre as pessoas, e entre as pessoas e o meio ambiente – particularmente o acesso e a distribuição dos recursos naturais.

Desta vez o estado central também está representado e as decisões foram escritas em papel e on line. Estas actualizações da tradição foram organizadas com a colaboração da Cooperação Espanhola e do programa da FAO para as pescas RFLP. A população local acredita que a tradição é importante para o planeamento do acesso aos bens colectivos, para a sua distribuição e para o respeito pelo património comum. Estes são valores centrais do modelo cooperativo, o qual chegou ao país muito mais recentemente.

Leia mais sobre este assunto em : New Agriculturist (www.new-ag.info)

terça-feira, outubro 09, 2012

A abóbora é importante na dieta timorense

A abóbora ou lakero, na lingua tétum, é das culturas hortícolas mais importantes de Timor. Cultiva-se nas hortas que envolvem as casas, onde o terreno acumula muita matéria orgânica dos detritos domésticos e do gado e que esta planta necessita em grande quantidade. Cultiva-se também em cultura mista, com a mandioca e os  inhames, em estratos que protegem bem o solo da erosão e do calor. Curiosamente em Timor consome-se bastante a flor da abóbora depois de frita. A planta aproveita-se toda pois os animais consomem as folhas e os caules no final do cultivo.


Junto à estrada,  na entrada de Batugadé, onde fizemos esta foto, concentra-se um grande número de postos de venda de produtores de abóbora. Esta região produz abóboras em grande quantidade. Talvez os agricultores aproveitem o estrume das vacas balinesas, de que esta região é também grande produtora.