Nome em inglês: Madras thorn, Manila tamarind.
Nome espanhol : azabacha, chiminango
Ai tarak é uma árvore comum na costa Norte de Timor-Leste. Em Dili podemos encontrá-la nos quintais, nas ruas e nos jardins. Pode surgir espontaneamente, pois as suas sementes germinam facilmente. Dá-se bem em quase todos os solos, e nas zonas mais secas. O seu nome científico tem origem no grego - orelha (elobium) de macaco (pitecho) – e no latim : dulce (doce). Isto traduz o fato de as vagens produzidas pela árvore se assemelharem a alfarrobas espiraladas, e tal como estas, conterem no interior uma polpa doce muito saborosa. Os nomes em tétum significam quer árvore dos espinhos (tarak) ou tamarindeiro bravo (sukaer fuik).
A sua origem é a América Central, de onde se espalhou por todas as zonas tropicais, particularmente nas zonas costeiras. Cultiva-se na India e nas Filipinas. No sul dos Estados Unidos e no Havai adaptou-se tão bem que é considerada uma praga. Foram os espanhóis que levaram esta planta para a Ásia, nas suas viagens a partir das Américas.
Pithecelobium dulce pertence à família das leguminosas e à sub-familia Mimosoidea. Existem quase 200 espécies de Pithecelobium. As mais utilizadas pelo ser humano como alimento são P. dulce, P. flexicaule, P. lanceolatum, P. hymenaeofolium e P. unguis-cati.
O tamarindeiro bravo é uma árvore que pode atingir 20 m de altura. A sua casca é cinzenta e os ramos têm pequenos espinhos na base das folhas. Assinalaram-se plantas desprovidas de espinhos. Produz flores em pequenos capítulos esféricos com 1 cm de diâmetro, que se juntam por sua vez em panículas terminais de cor amarela ou branco-esverdeada. As folhas são caducas, mas a árvore aparenta estar sempre verde pois produz novas folhas no momento em que as mais velhas se desprendem. O fruto é uma vagem, que se vai enrolando conforme amadurece. Tem estrangulamentos bem marcados entre as sementes. Quando está madura, a vagem abre-se mostrando as sementes pretas brilhantes e uma polpa branca ou rosada à sua volta. Esta polpa é açucarada e comestível .
Esta leguminosa arbórea prefere os climas tropicais secos, com precipitações de 400 a 1650 mm. Ocorre em solos muito variados como nas areias e nas argilas. Nas montanhas pode-se encontrar esta planta até 1500 m de altitude. Tolera muito bem a salinidade , as altas temperaturas e vai bem mesmo nos solos muito pobres e aguenta-se bem mesmo com longos períodos sem chuva.
Ai sukaer fuik reproduz-se facilmente por sementes ou estacas. As sementes germinam muito rapidamente em 1 ou 2 dias. Tem um crescimento mais lento do que a leucena ( ai-café). A árvore é considerada muito resistente a pragas, doenças e outras adversidades, mas os vendavais podem derrubá-la com alguma facilidade pois as suas raízes são pouco profundas.
A folhagem pode conter até 29 % de proteína e só 17,5 % de fibra bruta. Os herbívoros consomem as folhas, as vagens, as sementes e os ramos novos e a árvore tem boa capacidade de rebentação. Deveria ser tentada a obtenção de linhas de plantas sem espinhos aproveitando as raras plantas que não os produzem.
Tem um papel ecológico importante na recuperação de solos degradados e na luta contra a desertificação devido à sua boa resistência à falta de água. Tem sido usada com esta finalidade no Sudão e no Sahel.
Pode-se usar com sucesso como sebe viva. A poda intensa provoca o aparecimento de mais espinhos, o que é adequado ao controlo dos animais.
A polpa do fruto é muito doce e bastante saborosa. As sementes podem ser comidas cruas ou depois de torradas. Na India são utilizadas também no caril.
A madeira é muito forte, flexível e durável. Usa-se por isso em construções e no fabrico de postes. O lenho é vermelho acastanhado e difícil de cortar.
Vagens de ai sukaer fuik mostrando as sementes e a polpa comestível (foto do autor)
Registam-se outras utilizações desta planta como seja árvore de sombra para as culturas. Devido à sua beleza usa-se igualmente como planta ornamental em jardins e avenidas. Quando se fazem cortes nos troncos surge uma goma de características semelhantes à goma arábica. As sementes acumulam lípidos que podem ser usados no fabrico de sabão e na alimentação humana. O bagaço que sobra da extração do óleo pode ser dado aos animais como fonte proteica.
Iha Dili Ita bele hetan facilmente ai sukaer fuik. Fini ai sukaer fuik fo abut lailais, no planta ne’e moris iha rai-laran oioin, mesmo se rai-maran. Ninia naran cientifiku katak “tilun ( elobium, lia-gregu) lekirauk ( pitecho, lia-gregu)nian midar (dulce, lia-latin)”.
Pithecelobium mae hosi Amérika Central (México) bainira ema-espanhol iha século XVI, lori ona fini ba Ásia. Agora ami bele hetan ai sukaer fuik iha hotu rejiaun tropical. Ema kuda ai ne’e especialmente iha India no Filipinas. Iha Estados Unidos no Havai ai sukair fuik hanessan planta aat tanba nia kari barak.
Pithecelobium dulce pertense família leguminosa no sub-familia Mimosoidea. Género ne’e kontein 200 espécie sira. Ai sai boot até 20 m altura. Ninia kulit kór malahuk no sanak ho tarak kiik besik ai-tahan. Ema hetan uitoan ai laho tarak. Ai-funan kiik tebes no halibur hanesan bola. Ai lakon ai-tahan maibe antes halo ai-tahan foun. Ai-fuan vagem ida, nebe’e hahu hurun kuandu tasak. Fini metan no aparese iha pasta mutin/kór-roza laran. Pasta ne’e diak atu han.
Leguminosa ne’e gosta klima maran, ho udan hosi 400 ba 1650 mm. Rai-laran diak ba Ai sukaer fuik diferente tebes. Iha foho ami bele hare nia até 1500 m . Ai ne’e hatudu tolerância ba rai-meer no rai-laran laho nutriente sira. Nia gosta rai-maran.
Ami bele multiplica ai tarak hosi sanak ka fini. Abut sai lalais loron ida ka rua. Ai forte tebes maibe ninia abut kiik ,nune bele monu ho anin boot.
Tahan iha 29% proteína no 17,5 % fibra bruta. Balada han tahan, ai-fuan, fini no sanak fohun. Ema bele multiplika ai laho tarak, tanba sira diak liu ba balada.
Ai sukaer fuik importante tebes atu aproveita rai-laran aat. Ema usa ai ne’e atubele aproveita rai-maran ho erosaun iha rai-Sudão no regiaun maran Sahel, iha Áfrika.
Ita bele usa Pithecelobium dulce ba halo lutu moris ka fatin-hela ba balada. Nia diak mós atu halo mahon ba kafé-hun.
Ema bele han fini afoin lalar ka matak. Iha rai-India ema usa fini ne’e atu halo karil. Fini iha barak mina diak atu halo sabaun ka mina atu han. Ai tarak-funit diak ba balada.
Ai ne’e toos tebes no mehan-kméak. Ai diak atu halo uma no riin.
Bainira Ita tuku ai-knotak mosu ai-been nebe’e Ita bele usa hanessan ritan.
4 comentários:
parabéns, uma observação notável
Caro Augusto,
parabéns pelo trabalho como um todo! Venho acompanhando o blogue há algum tempo.
Sou um linguista (faço meu doutoramento sobre Timor e morei em Timor durante dois anos) e tenho interesse em fazer uma pesquisa sobre etnobotânica e etnofauna em Timor-Leste.
O Augusto está interessado em conversar sobre o assunto?
Meu e-mail é albuquerque00@hotmail.com
Abraços,
Davi.
Caro Augusto,
parabéns pelo trabalho como um todo! Venho acompanhando o blogue há algum tempo.
Sou um linguista (faço meu doutoramento sobre Timor e morei em Timor durante dois anos) e tenho interesse em fazer uma pesquisa sobre etnobotânica e etnofauna em Timor-Leste.
O Augusto está interessado em conversar sobre o assunto?
Meu e-mail é albuquerque00@hotmail.com
Abraços,
Davi.
É muito interessante de conhecer as culturas de Timor e muito do que isso eu sou Antonio ricardo sou timorense gostaria de dizer se tiver mais algo sobre pragas e doenças e existe no timor sugeria vocês colocassem no blog. porque eu acho e e muito importante.
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